No corpo feminino, esse retiro

 

No corpo feminino, esse retiro

- a doce bunda - é ainda o que prefiro.

A ela, meu mais íntimo suspiro,

pois tanto mais a apalpo quanto a miro.

Que tanto mais a quero, se me firo

em unhas protestantes, e respiro

a brisa dos planetas, no seu giro

lento, violento... Então, se ponho e tiro

a mão em concha - a mão, sábio papiro,

iluminando o gozo, qual lampiro,

ou se, dessedentado, já me estiro,

me penso, me restauro, me confiro,

o sentimento da morte eis que o adquiro:

de rola, a bunda torna-se vampiro

Encosto-me, enrosco-me em tuas pernas
Roçando tua virilidade...
Beijo tua boca saliva... umedeço-me
Te assanho, te toco, murmuro:
- Devora minha carne...
Penetra minha intimidade,
Sufoca-me de você e em você.

Entre suspiros, gemidos
Esmoreço em teus braços
Rouca e mansa
Trêmula, crua...
E nas tuas mãos entrego
O desejo de ser possuída mais uma vez,
Sem pausas...
Com a fome insaciável pelo corpo amado."